29 setembro 2012

VIRTUDES D«ESTA DEMOCRACIA»

Li por aí, depreciativamente escrita, a expressão esta democracia. Para exemplo que a refute, é bom que nos apercebamos como as tropelias da assembleia geral do Benfica – que já se baptizou de moção de censura... – acabam por não ter quaisquer consequências práticas por causa de uma revisão recente dos estatutos e que Luís Filipe Vieira se arrisca, depois de nove anos como presidente, a reconduzir-se mais uma vez no cargo pese a contestação. É por estes episódios laterais que devemos aprender, quando os assuntos são a sério, a prezar esta nossa democracia e as suas regras pela alternância, porque parece haver uma tendência antropológica portuguesa para que quem preside lá se perpetue com o endosso das vanguardas (e das entidades): porque os nove anos a presidir ao Benfica de Luís Filipe Vieira são uma bagatela quando comparados com os trinta de Jorge Nuno Pinto da Costa. E felizmente que os trinta anos de presidência deste último (mesmo que o Futebol Clube do Porto seja uma naçom!) não estão a ter o mesmo impacto que os trinta e seis anos da presidência do conselho de ministros de António de Oliveira Salazar…

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